com Ayeska Ariza

 

É na urgência e importância da continuidade que este projeto acontece. Em tempos de
latentes fins do mundo simultâneos à dificuldade de enxergar o fim da quarentena e das crises, nosso projeto se propõe menos a um resultado final e mais à manutenção das práticas de encontro. Intitulado com uma provocação “toda dança começa com”, o projeto acontece a partir de encontros semanais que se organizam em 4 etapas: conversa, pergunta, dança, registro. A ideia é que na primeira etapa, as participantes-performers discutam as inquietações do dia, da quarentena, das angústias que agora também tomam uma dimensão global, culminando em uma pergunta que será o ponto de partida da dança, do espaço que se cria ao desconectar da conversa. Com um caráter provocativo, que se aproxima de um jogo, as perguntas criam buracos que movimentam o corpo. Por fim, os registros acontecem para criar novas inquietações para o próximo encontro e fixar na memória o que aconteceu durante os momentos de movimentos conectados, seja escrevendo, desenhando, fotografando. A pasta no Google Drive é alimentada constantemente com registros: fotos, vídeos, imagens-referências, escritos, relatos sobre os encontros de dança e conversa.
A ideia é que esse combinado de mover junto, na mesma hora, apesar de separadas
fisicamente, crie um espaço invisível de encontro, um espaço virtual, uma performance
compartilhada em outro plano. Sem o público, que normalmente as performances estão
habituadas, o que torna o invisível real é esse pacto de confiança e simultaneidade. As imagens imediatas que existem na relação público-performer se tornam ausentes. As imagens se dão agora em telas, pastas, camadas, registros, recortes, palavras. Criam-se existências compartilhadas em tempos de separação e solidão.

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EN

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It is in the urgency and importance of continuity that this project takes place. In times of latent ends of the world simultaneous to the difficulty of seeing the end of quarantine and crises, our project proposes less to a final result and more to the maintenance of meeting practices. Titled with a provocation “every dance starts with”, the project happens to starting from weekly meetings that are organized in 4 stages: conversation, question, dance, record. The idea is that in the first stage, the participant-performers discuss the concerns of the day, the quarantine, the anguish that now also takes on a global dimension, culminating in a question that will be the starting point of the dance, of the space that is created by disconnecting from the conversation. With a provocative character, which approaches a game, the questions create holes that move the body. Finally, registrations take place to create new concerns for the next meeting and fix in memory what happened during the moments of connected movements, whether writing, drawing, photographing. The folder in Google Drive is fed constantly with records: photos, videos, reference images, writings, reports about the dance and conversation meetings. The idea is that this combination of moving together, at the same time, despite being physically separated, creates an invisible meeting space, a virtual space, a performance shared on another plane. Without the audience, which performances are normally used to, what makes the invisible real is this pact of trust and simultaneity. The Immediate images that exist in the public-performer relationship are absent. The images now take place on screens, folders, layers, records, clippings, words. Shared existences are created in times of separation and loneliness.